01/09/2011

Cortisol e jejum prolongado

Muita gente insiste em ficar sem comer por muito tempo achando que vai emagrecer. Uma alimentação balanceada e com um bom fracionamento ao longo do dia, mantém o metabolismo ativo e não gera estresse como nas dietas muito restritivas.



Os lanches intermediários, com porções moderadas cada um, otimizam o fluxo de calorias no organismo e mantém o metabolismo sempre ativo e equilibrado. Ficar muito tempo sem comer, faz com que o hormônio cortisol se eleve. Este hormônio é essencial para a manutenção das funções bioquímicas e fisiológicas normais. Porém, quando cronicamente elevado, possui efeitos adversos ao organismo.  

O jejum prolongado ou a desnutrição aumentam os níveis séricos de cortisol. Estudo de 2010 mostrou que mulheres com dietas hipocalóricas (1200kcal/dia) aumentaram os níveis de cortisol salivar, o que poderia prejudicar o processo de perda de peso. O aumento do cortisol ocasionado pela privação alimentar leva a um estado de estresse, o que contribui ainda mais para o aumento de calorias provindas dos alimentos gordurosos e doces.

Outras situações envolvidas na elevação do cortisol são o estresse físico e mental. O excesso de cortisol provoca retenção de líquido e acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal. Pessoas estressadas têm maior tendência ao ganho de peso. Sendo que o aumento do cortisol pode estar relacionado com MENOR sensação de bem estar e PIOR resposta psicológica em mulheres.

O pico do cortisol acontece aproximadamente no momento de acordar e ocorre um declínio durante o dia, sendo as menores concentrações no início do sono. O ciclo diurno é importante na manutenção das funções corporais normais e menores níveis de cortisol à noite contribuem para a consolidação da memória durante o sono. Desta forma, altos níveis de cortisol podem estar relacionados com prejuízo da função cognitiva e memória.

Outras maneiras de influenciar negativamente os níveis de cortisol:
  • Privação do sono
  • Alto consumo de álcool
  • Alto consumo de sódio
Já os alimentos que podem ajudar na diminuição do cortisol são:

  • Ácido graxo ômega-3
  • Cacau (rico em antioxidantes)
  • Teanina: presente no chá verde e chá preto
  • Oleaginosas e o abacate (contém beta-sitosterol)
O fracionamento da dieta, com diversos compostos com atividade antiinflamatória e antioxidante, exerce efeitos benéficos no controle do cortisol, contribuindo para o equilíbrio do organismo.  

Porém, cada caso é um caso. 
Para cada objetivo, um plano alimentar. 
Geralmente pessoas que têm elevação no cortisol, são pessoas estressadas e que comem mal (lê-se, carboidratos refinados, gordura trans, alimentos industrializados etc). 

É comendo com qualidade e quantidade equilibrada que se emagrece!


NAVES, ANDRÉIA. Nutrição Clínica Funcional: Modulação Hormonal. São Paulo: VP Editora Ltda., 2010.

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